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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Notícia na Revista Visão n'932

Geração "Nem-Nem"


Nesta notícia estão presentes entrevistas a jovens, que partilham algo em comum: pertencem aos 15% de portugueses, com idades entre os 16 e 34 anos, que não trabalham nem estudam. Esta situação está a provocar uma mudança na definição do que é, hoje, um adulto ativo.

1º Duarte Sousa Rego; 26 anos; mestrado em Engenharia Biológica, no Instituto Superior Técnico;
Foi bolseiro de investigação, dá explicações de Matemática e mora com os pais, no centro de Lisboa. Está disposto a trabalhar em qualquer ponto do país. "Posso esperar por um trabalho que me agrade, sem ter de arranjar um emprego a todo o custo."

2ª Elisa Basto; Ainda não sabe bem que caminho seguir e, enquanto procura trabalho, está licenciada em Direito pela Universidade Católica, a viver em Sintra, ocupa o tempo a fazer voluntariado. A mãe é o seu “banco” e não exerce pressão para a filha arranjar emprego à pressa. “Talvez faça o mestrado, que a licenciatura dá para pouco.”

3º Bruno Gonçalves; 22 anos; formação em eletricista;
Reside em Sacavém, na casa da mãe, que foi para os Açores. “A minha ideia era ganhar uns trocos e deixar esta casa, mas quando vi o mercado de trabalho percebi que não ia ser fácil.” Já foi ajudante de talhante e de motorista. Agora pensa em fazer um curso remunerado. Vive da ajuda familiar.

4ª Cláudia Brandão; Depois de um estágio europeu em Roma, e de uma pós-graduação, só encontrou trabalhos precários e mal pagos. Cláudia, 28 anos, curso de Psicologia feito há três, lamenta que não valorizem as pessoas especializadas. E remata: “Os pais protegeram-me demasiado, não quiseram que eu trabalhasse a tempo parcial enquanto estudava.”

5ª Sara Couto; 24 anos; licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto;
Professora sem colocação, teve alguns trabalhos precários e até já se candidatou a caixa de supermercado. Na vila de Sandim, os pais ajudam-na com alguns sacrifícios. “Não estou zangada com Deus, mas alguém se esqueceu de mim.”

6º Jorge Garcias; 20 anos; curso profissional de técnico de informática e de gestão.
Em Penafiel, só encontrou trabalhos temporários em cafés, restaurantes e numa central termoelétrica. Emigrar não faz parte dos seus planos e viu recusados empregos por falta de experiência. Ajuda nas lides domésticas, pratica ciclismo e sai à noite. “Não posso ficar deprimido.”


Números:
*1 em 10 jovens em idade ativa, com menos de 25 anos, não trabalha nem estuda;
*1 em 5 jovens entre os 25 e os 34 anos está economicamente dependente da família;
*Quanto maior o nível de escolaridade menor a % de desemprego (Ensino superior-6,4%; Secundário-9,6%; 9º ano- 10,3%);


Conclusao
A música dos “Deolinda” (“Parva que sou”) faz cada vez mais sentido.


 

Mariana Lousa

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A DIFERENÇA ENTRE DÍVIDA PÚBLICA E DÉFICE

Dívida Pública é a dívida contraída pelo governo com o objetivo de financiar gastos não cobertos com a arrecadação de impostos.



Défice ou deficit é um termo da contabilidade de origem latina, que se caracteriza por um saldo negativo. Num orçamento, o saldo negativo ocorre quando os gastos ou despesas superam os ganhos ou receitas (basicamente oriundas da arrecadação de tributos). Se o saldo é negativo, o orçamento é chamado deficitário.

Marta Fernandes