Concordas com a compensação que o governo dos Açores quer dar aos funcionários regionais pelo corte de salários determinado no Orçamento do Estado?

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Desenvolvimento?...Ou apenas crescimento?











Marta Raquel

Desigualdades nas pensões

Na passada segunda-feira, dia 27 de Setembro de 2010, a SIC, no Jornal da Noite, transmitiu uma peça sobre as pensões em Portugal. Depois de assistir à referida notícia, fiquei um pouco decepcionada...pensei que as desigualdades em Portugal e no Mundo, entre homens e mulheres, já tivessem sido ultrapassadas, mas parece que não!!!

Segundo os dados apresentados, existe uma diferença de 200€ (não, não me enganei a escrever o valor) entre as pensões recebidas pelos trabalhadores do sexo masculino e os trabalhadores do sexo feminino. Em média um "ex-trabalhador" recebe 506,81€ de reforma e uma "ex-trabalhadora", mesmo que tenha feito o mesmo trabalho, recebe apenas 300,45€.
Esta diferença é ainda maior na zona da capital, onde as mulheres recebem em média 345,56€ e os homens 716,94€!!!

Esta mesma peça começava, no entanto, de uma forma que ilustra bem as desigualdades do país...Muitas vezes pensamos que os portugueses vivem mal, que há pensionistas a gastar praticamente todo o dinheiro em medicamentos mas... isso só acontece com alguns! Cerca de 5 mil reformados recebem MAIS DE QUATRO MIL EUROS de pensão, são necessários 25 milhões de € para as pagar!

Realmente há notícias que fazem pensar!!! Em especial quando existem cada vez mais necessitados (estima-se que cerca de 35 milhões de famílias precisam de ajuda só para a alimentação!)
Será que estes pensionistas, que recebem mais de quatro mil euros, fizeram um bem tão grande a este país???

Marta Raquel

João César das Neves



BIOGRAFIA:

João Luís César das Neves é licenciado em Economia pela Universidade Católica e obteve o grau de Mestre em Investigação Operacional e Engenharia de Sistema pelo Instituto Superior Técnico, e de Economia pela Universidade Nova de Lisboa; obteve o grau de Doutor em Economia pela Universidade Católica Portuguesa. É docente na Universidade Católica Portuguesa desde 1980 e do Instituto de Altos Estudos Militares desde 1997.
Actualmente é Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade católica Portuguesa.
Foi também conselheiro para os assuntos económicos do ex-primeiro ministro português Aníbal Cavaco Silva e investigador do Banco de Portugal.


OBRAS:

Tem uma vasta obra literária  nos domínios da economia com bastantes livros e artigos científicos publicados.
Os diversos livros e artigos que publicou na nesta área centram-se em domínios como o desenvolvimento económico, a macroeconomia, a ética económica e a história económica e do pensamento económico
É também autor de várias obras de ficção e ensaio, quer no âmbito da economia, quer de inspiração católica.


COLUNA NO DN

Autor de mais de trinta livros e de múltiplos trabalhos científicos, é também colaborador regular na imprensa onde assina a coluna do Diário de Notícias, Não há Almoços Grátis.


Inês Lucas

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Onde ficam os dalit e o bulling para com eles?

Factos sobre os Dalits:
• A cada dia, três mulheres Dalits são estupradas;
• Crianças Dalits são frequentemente forçadas a sentarem de costas nas suas salas de aula, ou mesmo fora da sala;
• A cada hora, duas casas de Dalits são queimadas;
• A maioria das pessoas das castas altas evitarão terem Dalits preparando a sua comida, por medo de se tornarem imundos;
• A cada hora, dois Dalits são assaltados;
• Em muitas partes da Índia, Dalits não são permitidos entrar nos templos e outros lugares religiosos;
•66% são analfabetos;
• A taxa de mortalidade infantil é perto de 10%;
• A 70% são negado o direito de adorarem em templos locais;
• 57% das crianças Dalits abaixo da idade de quarto anos estão muito abaixo do peso;
• 300 milhões de Dalits vivem em Índia;
• 60 milhões de Dalits são explorados através do trabalho forçado;
• A maioria dos Dalits são proibidos de beber da mesma água que os de castas mais altas. 300 milhões de Dalits estão escravizados e sem esperança debaixo do julgo do hinduísmo.


 Vânia Betina

Guarda a tua sombra dalit, os brāhmaṇes vão passar!

As castas era um sistema de organização social que classificava as pessoas segundo a cor da pele e o grupo que nasciam. Mais tarde num livro sagrado hindu, As Leis de Manu, definiu-se casta como um grupo social hereditário onde as pessoas só podem casar-se com pessoas do próprio grupo e que determina também a sua profissão, hábitos alimentares, vestuários e outras coisas, induzindo a formação de uma sociedade sem mobilidade social.
Com o tempo estabeleceram-se quatro castas principais e também os dalit ou intocáveis, que não pertencia a nenhuma casta e eram os mais oprimidos do sistema.
Brâmanes: A casta no alto da pirâmide social indiana formada por sacerdotes, magos, religiosos e filósofos – as pessoas encarregadas de realizar os sacrifícios e rituais sagrados.

Xátrias: A segunda casta de maior prestígio era dos guerreiros, que reunia pessoas com atribuições judiciárias, policiais e militares.

Vaixás: Respondia pelo conjunto de atividades económicas, incluindo funções agrícolas, artesanais, comerciais e financeiras.

Sudras: A casta inferior era formada por servos, trabalhadores braçais e empregados domésticos.

Dalit: Abaixo das castas e fora dessa pirâmide social, os “intocáveis” faziam trabalhos tidos como indignos. Os hinduístas acreditavam que os “intocáveis” não teriam nascido do Deus Brahma e por isso, deviam ser discriminados.
São apenas a poeira que jaz abaixo dos pés da suprema divindade (Brahma) . A eles são entregues os trabalhos mais degradantes e mal pagos, representando assim o que há de mais imundo sobre a Terra.
Muitas das outras curiosidades que encontrei já foram referidas pela Telma, portanto deixo apenas breves questões que gostava que obtivessem resposta.
Imensa gente ainda surpresa com a situação dos dalits, voltam a sua atenção para as castas, uma vez que acreditam numa sociedade liberal, onde muitos podem subir, em termos sociais e económicos por meio do estudo e das riquezas acumuladas.
Contudo, na Índia, trabalho e riqueza não são parâmetros suficientes, para que o indivíduo melhore de vida. Nesse país, o chamado regime de castas usa critérios de natureza religiosa e hereditária, para formar os seus grupos sociais.
  
-Agora pergunto, se na Índia moderna os intocáveis estão sujeitos a tamanha humilhação, conseguem imaginar como é a vida dessa gente nos vilarejos, onde as injustiças são muito mais graves e onde a maioria dos casos de abusos fica sem apuração, não chegando ao conhecimento público?
-Será que vale mesmo a pena rebaixar alguém para se sentir superior? 
Vânia Betina

Igualdade de oportunidades, sim ou não?

Esta publicação de uma reportagem encontrada na internet sobre as mulheres na Arábia Saudita vai de encontro à matéria leccionada, hoje, na aula de economia. Um dos principios básicos a que está associado  o conceito de desenvolvimento é a "igualdade de oportunidades para toda a população independentemente do seu sexo, etnia, religião ou classe social", as mulheres da Arábia Saudita são um exemplo claro de que a igualdade ainda não foi instaurada em todos os locais do mundo.

"Ela pode comprar bolsas Fendi, maquiagem Chanel, roupas Ralph Lauren. Mas não pode votar, dirigir ou mostrar o rosto em público. As mulheres da Arábia Saudita —o maior aliado dos EUA no Oriente Médio— são as mais oprimidas do mundo? Marie Claire foi examinar a questão de perto.
No shopping center Al-Mamlaka, em Riad, capital da Arábia Saudita, as mulheres começam a chegar depois da oração matinal. Motoristas particulares estacionam carros e deles descem figuras vestidas de preto da cabeça aos pés, com os rostos cobertos. (...) Uma placa na entrada do shopping anuncia em árabe e inglês: “Somente mulheres. Câmeras não são permitidas. Por favor, retirem a cobertura do rosto”. Lá dentro, as mulheres podem comprar à vontade, sem medo de um olhar masculino.
(...)
Elas têm que usar o abaya , o manto negro, quando saem de casa. Não podem dirigir carros nem freqüentar as mesmas academias que os homens. Nos restaurantes, mesmo nos ocidentais como McDonald's, são obrigadas a entrar e sair por portas específicas. As regras chegam ao cúmulo de impedir que uma universitária fique lado a lado com o seu mestre —a estudante só vê o professor através de vídeos ou de um espelho de duas faces.
(...)
A segregação não pára por aí. Pelas normas sauditas, toda mulher precisa de um guardião —o marido, o pai, o irmão ou até o filho. Nessa relação, ela sempre ocupa o papel de submissão, como se nunca pudesse ter vida própria. É o guardião que dá ou nega autorização para estudar, tirar carteira de identidade, viajar e mesmo para se internar em um hospital."

Sofia Rodrigues

Desenvolvimento. Onde? Para quem? A que preço?




Sofia Rodrigues

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Será apenas ironia??

A sombra da injustiça

 JOÃO CÉSAR DAS NEVES (Professor universitário)


Portugal costuma ser um país pacato sem grandes conflitos e iniquidades. Mas na novela da vida nacional existe um tema em crescente recorrência: a justiça. Esta magna virtude, normalmente pacífica, interpela-nos cada vez mais a vários níveis e formas diversas.
A primeira interpelação é institucional. A decadência do sector da Justiça é hoje incontornável e central na crise social. Começou com a lenta perda de confiança popular no sistema. Preferindo a forma ao conteúdo, respeitando mais os procedimentos que a justiça, os tribunais ficaram tão morosos que a população desistiu deles. Não vale a pena recorrer à Justiça. Mas como viver em sociedade sem esse ser-viço básico? Se tal não bastasse, sucessivos processos mediáticos vêm cobrindo de ridículo o sector, com suspeitas, prescrições, intrigas, polémicas. É espantoso como uma instituição composta por pessoas inteligentes, mesmo superiormente inteligentes, comete autodestruição pública de forma tão sistemá- tica.
Pior é a manifestação social da injustiça. Portugal sempre teve tendência para o corporativismo, instalação de interesses, captura dos poderes públicos. Basta um período mais longo de estabilidade e segurança para se sentirem forças poderosas distorcendo as regras. Este surto mais recente tem sido particularmente virulento. Há décadas que os ministérios estão dominados pelos grupos que deviam regular. Isto criou a situação perversa do aparelho de Estado, criado para o bem comum, constituir hoje um dos grandes geradores de desigualdade em Portugal.
Começa logo pelo sistema fiscal, enorme máquina iníqua que carrega mais sobre trabalhadores e pobres. À medida que o peso tributário incha, a disparidade agrava-se, atingindo já níveis preocupantes. Mas a própria política de justiça social é geradora de injustiça. Este resultado paradoxal vem de o Estado moderno assegurar um conjunto vasto, profundo e diversificado de direitos, garantias, regalias e serviços. Se isto é feito, com eficácia e dedicação, mas apenas numa parte, mesmo maioritária, da população, são os próprios mecanismos sociais que criam exclusão, desigualdade, injustiça.
Esta é a razão porque, por exemplo, os partidos de esquerda, que continuam a insistir nesses direitos de papel, acabam servindo o contrário do que afirmam. Enchem a boca com ideais de justiça social e apoio aos desfavorecidos, mas de facto defendem a classe média. As suas propostas dirigem-se não aos verdadeiros pobres, imigrantes, precários, excluídos, mas a sindicatos, funcionários, professores, médicos, etc., que são os seus reais eleitores.
Pior de tudo é a acção governamental, que depende directamente dos votos das corporações instaladas. Dominando a cobertura mediática e influência política, essas forças garantem direitos intocáveis. Para sobreviver nas sondagens e nas eleições, os ministros sabem que não podem confrontar os sectores e grupos profissionais que, mesmo favorecidos, são os primeiros a protestar à menor inconveniência. Não admira que os cortes caiam sempre sobre os silenciosos. O povo paga e cala.
Tudo isto sobreviveria disfarçado com crescimento económico. Mas no meio da recessão e emergência financeira, a injustiça explode em pleno dia. Os últimos meses manifestaram uma desigualdade social que Portugal há muito não sofria. Basta notar que no ano passado, em que o produto nacional caiu 2,7% e o desemprego subiu acima dos 10%, os salários reais aumentaram uns incríveis 5,2%, segundo o relatório do Banco de Portugal (quadro A.6.2., p. 214). Esta subida, a maior desde 1980, explica-se pelo ano eleitoral combinado com deflação. Além de brutal perda de competitividade, isto mostra como a crise foi excelente para os que mantiveram empregos seguros, enquanto desabava sobre desempregados, falidos, precários, mas também empresários e investidores.
Portugal costuma ser um país pacato, mas agora as injustiças estão a crescer. Como em épocas antigas, isso ameaça conflitos sérios que deixarão cicatrizes profundas. A justiça é cega mas tem a espada na mão.
naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt

Diário de Noticias
Segunda-Feira_27 de Setembro de 2010
http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1672193&seccao=Jo%E3o%20C%E9sar%20das%20Neves&tag=Opini%E3o%20-%20Em%20Foco

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Curva de Lorenz

Esta curva foi desenvolvida pelo economista estadonidense Max O. Lorenz em 1905 para representar a distribuição do rendimento.
A medida da desigualdade na repartição do rendimento pode ilustrar-se graficamente pelas curvas de Lorenz:
Ordenando os agregados familiares dos mais pobres para os mais ricos, se a 10% da população correspondesse 10% da receita, se a 20% da população correspondesse 20% da receita, etc, então o rendimento estaria equitativamente distribuído, isto é, a distribuição de frequências relativas acumuladas seguiria a linha dos 45 graus. Evidentemente que nas economias reais aos 10% da população mais pobre caberá muito menos que 10% da receita obtendo-se assim a designada curva de Lorenz.
Portanto, quanto mais afastada da linha dos 45 graus estiver a distribuição do rendimento, maior será a desigualdade, ou menor será a equidade.
Vânia Betina

sábado, 25 de setembro de 2010

FMI


O FMI (Fundo Monetário Internacional) foi criado em 1945 e tem como objetivo básico zelar pela estabilidade do sistema monetário internacional, notadamente através da promoção da cooperação e da consulta em assuntos monetários entre os seus 184 países membros.
O FMI tem sido muito criticado ultimamente, pois impõe medidas severas de contenção de gastos públicos, não considerando tais gastos como investimentos. Além disso, o FMI também foi amplamente criticado pela sua actuação frente a crises financeiras internacionais e mais particularmente em relação à crise econômica da Argentina em 2002. Actualmente, o organismo passa por uma série de reformas visando uma melhor adaptação de seus objetivos ao contexto internacional.
Sofia Rodrigues

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Reforma/Desemprego



Este cartoon bem pode fazer-nos pensar: se por um lado o aumento da idade da reforma é um problema, não será o desemprego um problema ainda maior? CC

A DIFERENÇA ENTRE DÍVIDA PÚBLICA E DÉFICE

Dívida Pública é a dívida contraída pelo governo com o objetivo de financiar gastos não cobertos com a arrecadação de impostos.



Défice ou deficit é um termo da contabilidade de origem latina, que se caracteriza por um saldo negativo. Num orçamento, o saldo negativo ocorre quando os gastos ou despesas superam os ganhos ou receitas (basicamente oriundas da arrecadação de tributos). Se o saldo é negativo, o orçamento é chamado deficitário.

Marta Fernandes