Geração "Nem-Nem"
Nesta notícia estão presentes entrevistas a jovens, que partilham algo em comum: pertencem aos 15% de portugueses, com idades entre os 16 e 34 anos, que não trabalham nem estudam. Esta situação está a provocar uma mudança na definição do que é, hoje, um adulto ativo.
Nesta notícia estão presentes entrevistas a jovens, que partilham algo em comum: pertencem aos 15% de portugueses, com idades entre os 16 e 34 anos, que não trabalham nem estudam. Esta situação está a provocar uma mudança na definição do que é, hoje, um adulto ativo.
1º Duarte Sousa Rego; 26 anos; mestrado em Engenharia Biológica, no Instituto Superior Técnico;
Foi bolseiro de investigação, dá explicações de Matemática e mora com os pais, no centro de Lisboa. Está disposto a trabalhar em qualquer ponto do país. "Posso esperar por um trabalho que me agrade, sem ter de arranjar um emprego a todo o custo."
2ª Elisa Basto; Ainda não sabe bem que caminho seguir e, enquanto procura trabalho, está licenciada em Direito pela Universidade Católica, a viver em Sintra, ocupa o tempo a fazer voluntariado. A mãe é o seu “banco” e não exerce pressão para a filha arranjar emprego à pressa. “Talvez faça o mestrado, que a licenciatura dá para pouco.”
3º Bruno Gonçalves; 22 anos; formação em eletricista;
Reside em Sacavém, na casa da mãe, que foi para os Açores. “A minha ideia era ganhar uns trocos e deixar esta casa, mas quando vi o mercado de trabalho percebi que não ia ser fácil.” Já foi ajudante de talhante e de motorista. Agora pensa em fazer um curso remunerado. Vive da ajuda familiar.
4ª Cláudia Brandão; Depois de um estágio europeu em Roma, e de uma pós-graduação, só encontrou trabalhos precários e mal pagos. Cláudia, 28 anos, curso de Psicologia feito há três, lamenta que não valorizem as pessoas especializadas. E remata: “Os pais protegeram-me demasiado, não quiseram que eu trabalhasse a tempo parcial enquanto estudava.”
5ª Sara Couto; 24 anos; licenciada pela Escola Superior de Educação do Porto;
Professora sem colocação, teve alguns trabalhos precários e até já se candidatou a caixa de supermercado. Na vila de Sandim, os pais ajudam-na com alguns sacrifícios. “Não estou zangada com Deus, mas alguém se esqueceu de mim.”
6º Jorge Garcias; 20 anos; curso profissional de técnico de informática e de gestão.
Em Penafiel, só encontrou trabalhos temporários em cafés, restaurantes e numa central termoelétrica. Emigrar não faz parte dos seus planos e viu recusados empregos por falta de experiência. Ajuda nas lides domésticas, pratica ciclismo e sai à noite. “Não posso ficar deprimido.”
Números:
*1 em 10 jovens em idade ativa, com menos de 25 anos, não trabalha nem estuda;
*1 em 5 jovens entre os 25 e os 34 anos está economicamente dependente da família;
*Quanto maior o nível de escolaridade menor a % de desemprego (Ensino superior-6,4%; Secundário-9,6%; 9º ano- 10,3%);
Conclusao
A música dos “Deolinda” (“Parva que sou”) faz cada vez mais sentido.
Conclusao
A música dos “Deolinda” (“Parva que sou”) faz cada vez mais sentido.
Mariana Lousa
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