Assim, decidimos fazer um diálogo entre duas personagens de mundos diferentes: Lala Tilulu, uma guineense que vive em condições de vida precárias e Constança de Albuquerque, uma europeia habituada a todo o tipo de conforto:
Mariana – Constança de Albuquerque ( casada com Afonso de Albuquerque)
Telma – Lala Tilulu
- Eu devia estar doida, só podia! Afonso de Albuquerque, para onde tu me trouxeste!
- Senhora, uma moeda …
-Uma moeda para quê? Para gastar em quê?
-Tenho fome, senhora. Queria um pãozinho…
- Um pão? A esta hora? Depois não janta!
- Mas senhora, a Lala nunca janta …
- Mas será possível que aqui nem têm hora para comer?
-Senhora, não temos hora para comer porque não temos comida. Lala não come há dois dias…
-DOIS DIAS? ISTO É PIOR DO QUE EU PENSAVA! Mas você está grávida e não come há dois dias?
-Sim, senhora …
- Pelo amor da Santíssima Trindade! Não acredito que vou passar 4 dias neste fim de mundo!
-Bem, a Lala conhece por acaso algum spa aqui perto? Pretendo ocupar os meus dias enquanto cá estiver...
- Lala não sabe o que significa “ispá” …
-Meu Deus, onde eu vim parar!
- Senhora, ajuda a Lala. Lala não tem roupa, não tem comida e está doente …
-Como doente?! Você está grávida! Não vai ao médico?
-Aqui não há médico, senhora…
-Não? E está doente com quê? Sofre do quê?
- Lala não sabe como se chama, mas é um bicho mau que não dá para tratar…
- O quê? SIDA? Ai credo! ( Mariana corre)
-Vim eu, do meu país desenvolvida, onde há lojas, restaurantes de luxo e clínicas privadas para este fim de mundo?
-Pois é senhora. Aqui não há nada … Não há médicos, nem comida, nem roupas e poucas casas… Já pensou como é o nosso mundo?
-Pouco me importa a mim, aqui é que eu não vou ficar!
Fica aqui também o link do documentário que passámos na aula " Dar Vida sem Morrer", apresentado pela Catarina Furtado e que mostra o resultado de uma angariação de fundos com o objectivo da criação de hospitais na Guiné.
Telma Duarte e Mariana Lousã
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